Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu ’screvo.
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu ’screvo.
Fernando Pessoa
3 comentários:
Gostei do teu blog, do Fernando Pessoa já gostava. Também teno um blog, não é tão bom como o teu... mas vai visita-lo! beijodejudas.blogspot.com
Quem não gosta de Fernando Pessoa?
José:
Obrigado pela visita,e sê bem vindo.Passarei no teu mais tarde.Até já :)
beijinhos
Gabreiela:
Já deixei um comentário para ti aqui mais abaixo e no teu blog tambem.OBRIGADO.
Quanto a Fernando Pessoa,aquele livro do dessassosego,dessassosega-me a alma,perfeito.
Este homem tinha a capacidade inata de passar para o papel emoçoes e razoes com uma clareza,frieza,até racionalidade envolta numa emoçao que petrefica. Adoro-o.Revejo-me em tantos textos dele...
Beijinho
Volta sempre :)
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