segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009



Com a felicidade acontece o mesmo que com a verdade: não se possui, mas está-se nela. Sim, a felicidade não é mais do que o estar envolvido, reflexo da segurança do seio materno. Por isso, nenhum ser feliz pode saber que o é. Para ver a felicidade, teria de dela sair: seria então como um recém-nascido. Quem diz que é feliz mente, na medida em que jura, e peca assim contra a felicidade. Só lhe é fiel quem diz: fui feliz. A única relação da consciência com a felicidade é o agradecimento: tal constitui a sua incomparável dignidade.




Theodore Adorno, in “Minima Moralia”

1 comentário:

Helena Magalhães disse...

isso levaria aquela questão do "só damos valor às coisas quando as perdemos". Acho que não é preciso perde-la para entender a felicidade. Eu sou feliz, e não sinto que só vou ser mais quando esta felicidade acabar. Sou e ponto final. SOUUUUUUU :) Sou porque estou envolvida nela. E este tema era pano para mangas..