terça-feira, 28 de agosto de 2007

Momentos de lucidez...

Momentos...
Há momentos na vida que temos que abrir mão de tudo o que fazia sentido, das nossas verdades e do que reputávamos como sendo os nossos valores. Constatamos que eles se tornaram inúteis ao nosso crescimento, já fazem parte do passado e a vida, não se detém olhando para trás, antes, caminha para a frente, em busca de novos acontecimentos.
Há momentos na vida que todas as vigas mestras que asseguravam a nossa sustentação vêm abaixo e a casa cai, independente da nossa tácita recusa ou inaceitação.
Há momentos na vida que ficamos sem saber para onde ir, que nada consegue nos alegrar, motivar ou seduzir e, em compasso de espera, vamos assistindo à fragmentação das nossas estruturas, agora transformadas em quimeras.
Nestes momentos ( que têm o peso de uma eternidade), nada nem ninguém pode fazer nada por nós ... estamos definitivamente vazios e sós, porque até a Natureza se cala e Deus perde a fala, indiferente ao nosso torpor.
Em meio à dor, esmiuçamos o que sobrou de nós, remexemos entre os escombros e descobrimos que algo ainda não morreu.
Tênue e frágil, lá está uma pequena centelha de esperança, aguardando uma viragem do destino, que certamente nos surpreenderá com novas alegrias ... e com tantos outros desatinos.
Momentos ...
Somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina na nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo liberta-se do seu pecado, porque a acção é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso...
Os inimigos da verdade não são as mentiras, mas as convicções...
Nossas convicções é que impedem que a verdade se estabeleça nas nossas vidas, são as convicções que nos aprisionam, nos limitam e nos segmentam, impedindo de nos desenvolver-mos com singularidade.(...) mas se alguém prefere apenas se manter integrado, melhor adoptar então meia-dúzia de convicções e seguir obediente a fila da procissão... porque olhar para dentro de si mesmo, profundamente, é sempre muito perturbador...
Caminhámos por muitas décadas(...)

Temos culturas demais, filmes demais, livros demais, músicas demais, lirismos demais, não importa o quê,desejamos muito 'acreditar' em alguma coisa,seja nova ou velha, feia ou bonita, numa razão qualquer para se viver...mas não acreditamos em nós mesmos que temos a beleza insuportável de estarmos vivos!

Embora haja muita coisa ruim neste mundo, a pior delas ainda é a 'sociedade'!




Arthur Schopenhauer

3 comentários:

Anónimo disse...

Time to face what you're hiding from,time to face what you are feeling...Don't have to do this on your own,don't have to hide or run,cause together i know that we are strong.
No matter what they say,I'm ready now to start a new beginning...
I know they think that i'm no good for you,and we both know that that's true,but i'm trying to fight,against my past,show everyone that now i'm right.
I don't care what they say,and i am trying to find my way...your way...the way to get you.

You can run from me,but you can't never hide from your heart...

Gabriela disse...

Temos tudo demais, menos aquilo que a gente precisa demais..

Confuso??? mas correcto...

dreams.and.nigthmares disse...

Anónimo:
For god sake ,men.Give me a break.
Não me escondo de ninguem,e muito menos de mim.Não alimento "ses".

Gabriela:
O essencial que quis tirar deste texto,foi exactamente :"Os inimigos da verdade não são as mentiras, mas as convicções..." O mal está na sociedade,nos parametros que a mesma estabelece,ou seja, qualquer desvio á mesma ,é considerado imoral,e o seu sujeito considerado louco,ou posto de lado,descriminado.
O que é de facto verdade,é que vivemos segundo as metas que a sociedade (leis morais) e as leis,nos orientam.Tudo o resto que extravie uma ou outra,é considerado errado.NAO CONCORDO.(Um á parte:O passado mostra-nos que todos os grandes génios foram considerados loucos no seu tempo).
Quanto ao termos tudo demais,menos aquilo que precisamos ,respondo-lhe com uma frase tirada de um filme que amo: " the grattest thing you'll ever learn is just to love e be loved in return",MOULIN ROUGE.
O que realmente importa é o amor,seja ele de que tipo for.
beijinho