segunda-feira, 27 de abril de 2009



Nunca saberemos se os enganados
são os sentidos ou os sentimentos,
se viaja o comboio ou a nossa vontade
se as cidades mudam de lugar
ou se todas as casas são a mesma.
Nunca saberemos se quem nos espera
é quem nos deve esperar, nem sequer
quem temos de aguardar no meio
de um cais frio. Não sabemos nada.
Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltámos a enganar.






Amalia Bautista em Tres deseos; Renacimiento, Sevilla, 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

"Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltámos a enganar."

Oh miga, a sério...
Os textos que colocas aqui são fantásticos...

Bjokas linda

Helena Magalhães disse...

Eu não vou dizer que este texto foi escrito para mim, mas bateu, bateu lá no fundo :p