quarta-feira, 11 de março de 2009

Dialogo de vultos



- Onde estamos?
- Estamos mortos.
E sem prestar a mais leve atenção
entregamo-nos.
Como quem surge da bruma, sem alguma inquietude
descarregamos o fardo das intempéries nos tordos recantos.
Foi o amanhecer de Primavera manhã.
Alisamos o cansaço da pele
de chuvas e ventos.
Sentamo-nos lado a lado,
e foi viver os aromas da estadia.
Dêmo-nos ao coração singelo
Incendiamos melodias já esquecidas
da água e do fogo.
Encorajamo-nos a preservar,
a não sofrer amarga morte.
Diante dos nossos olhos
estenderam-se caminhos, que conduziam à vida
abraçamo-nos.
Um ao outro num abraço demorado
poderosa luz infundiu nos nossos lábios.
Com olhos d' água e fogo d'alma
caminhamos até ao horizonte
Pedimos uma última palavra:
- Com que nome poderemos recordar-nos?
Quase sem voz
acenamos um adeus.
E, desde então nossa vida tem sido apenas
esperar por nós, sabendo-nos ressuscitados.







Fernando Ribeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

A razão que doi tanto separarmo-nos,
é porque as nossas almas estão ligadas.
talvez sempre tenham estado e sempre fiquem .
talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta
e em cada uma nos tenhamos reencontrado
e talvez em cada uma tenhamos sido separados
pelos mesmos motivos.
isto significa que esta despedida,
é ao mesmo tempo
um adeus pelos últimos dez mil anos
e um prelúdio ao que virá.
quando olho para ti e vejo a tua beleza e graça
e sei que cresceram mais fortes em cada vida que viveste
e sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura
não de alguém como tu,
mas de ti
porque a tua alma e a minha têm de andar sempre juntas.
e assim por uma razão que nenhum de nós entende
fomos obrigados a dizer adeus um ao outro
adoraria dizer-te que tudo vai correr bem para nós,
e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será
mas se nunca nos voltarmos a encontrar e
isto for verdadeiramente um adeus
sei que nos veremos ainda noutra vida
iremos encontrar-nos de novo,
e talvez as estrelas tenham mudado
e nós não apenas nos amemos nesse tempo
mas por todos os tempos que tivemos antes...

Nicholas Sparks - " O diário da nossa paixão"