Para sobreviver à perda, alguns dependentes afectivos inventam uma aberração amorosa que não é uma coisa nem outra: “amigorado”, que é uma mistura com mais do primeiro e menos do segundo, ainda que isso possa variar. Não tardarão a aparecer variações sobre o mesmo tema. É possível que comecemos a ver “esposorados” (esposos que parecem namorados), “amantosas” (uma mistura de amante e esposa) e outras experiências afectivas que permitem manter a ilusão de um encanto que já não existe.
Convertermo-nos em amantes da pessoa amada, com a desculpa de não desejarmos afastar-nos completamente é a pior das decisões. Não só impedimos a consumação do luto, como perpetuamos o sofrimento por tempo indeterminado. E se a relação era muito má ou pouco conveniente, pior ainda, porque desperdiçámos uma boa oportunidade de terminar de uma vez por todas com essa tortura.
Convertermo-nos em amantes da pessoa amada, com a desculpa de não desejarmos afastar-nos completamente é a pior das decisões. Não só impedimos a consumação do luto, como perpetuamos o sofrimento por tempo indeterminado. E se a relação era muito má ou pouco conveniente, pior ainda, porque desperdiçámos uma boa oportunidade de terminar de uma vez por todas com essa tortura.
in "Amar ou Depender", Walter Riso
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