sábado, 23 de janeiro de 2010



Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.




Mário Quintana in "A Rua dos Cataventos"

1 comentário:

CHIICO MIGUEL disse...

Ótimo poema. Que bom que ainda tem quem faça coisas tão boas e quem leia, poucos, mas tem.
Desejo seguir teu blog
Abraço do
Chico